Rachel Sheherazade teve sua primeira perda no processo trabalhista milionário que move contra o SBT. Ela havia pedido para que o caso ocorresse sob sigilo de Justiça após a divulgação do valor que ela pede de indenização à emissora, mas teve seu pedido negado.
Segundo informações do Notícias da TV, foi publicado o valor exato que Rachel Sheherazade pediu de indenização pelos nove anos e sete meses que trabalhou na emissora, e deu mais detalhes a respeito dos motivos que fizeram a jornalista atingir o valor de R$20 milhões.
O material foi reproduzido por vários veículos de imprensa, e o caso atingiu uma grande publicidade, que fez Rachel Sheherazade apelar à Justiça para que sua ação passasse a seguir sob sigilo.
O juiz Ronaldo Luís de Oliveira, da 3ª Vara do Trabalho de Osasco, indeferiu o caso, rebatendo todos os argumentos ditos pela defesa da jornalista como justificativas para o segredo judicial.
“O caso tratado nos autos atrai natural atenção, especialmente da mídia, ante a notoriedade e a fama das pessoas envolvidas nos fatos narrados pela reclamante, a qual, por si só, é pessoa conhecida do público em geral. Contudo, as hipóteses trazidas pelo artigo 189 do Código de Processo Civil não contemplam a possibilidade de se declarar segredo de Justiça em face da notoriedade ou da fama de determinada pessoa”, afirmou ou magistrado.
Outra razão apontada por Rachel Sheherazade como motivo para o sigilo seria a alta cifra que ela pede de indenização, argumento também contestado pelo juiz.
“O fato da autora postular o reconhecimento de salário em patamar elevado não justifica a declaração de segredo de Justiça, já que isso representa informação básica para a aferição dos valores pretendidos, sem implicar em ocorrência de uma das hipóteses previstas no artigo 189 do Código do Processo Civil”, prosseguiu Oliveira.
Rachel Sheherazade processou o SBT no dia 11 de março, e o documento inicial conta com 522 páginas. A jornalista contou que nunca recebeu nenhum direito trabalhista, como férias remuneradas e 13° salário, além de acusar Silvio Santos de assédio moral e humilhação em rede nacional e afirmar que foi vítima de censura e boicote por parte da chefia de Jornalismo da emissora.
A Justiça Trabalhista marcou para o dia 3 de agosto, às 10h10, a primeira audiência do caso, no qual as testemunhas de Rachel Sheherazade e do SBT serão ouvidas pelo juiz. Hermano Henning, que também processou o SBT, usará sua voz a favor da ex-colega de trabalho.
