Em Nos Tempos do Imperador, Isabel (Giulia Gayoso) sofre por não conseguir dar um filho à Gastão (Daniel Torres). Na vida real, a princesa do Brasil também enfrentou dificuldades e humilhações para conseguir engravidar finalmente. Ela se enfiou em novenas e crendices populares que envolviam até o Conde d’Eu (1842-1922), que até teve de lambuzar o pênis com sebo de bode.
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Em O Príncipe Maldito, a historiadora Mary del Priore conta a saga de Isabel para superar a “frigidez”, como se chamava na época. O título da obra faz alusão ao filho mais velho de Leopoldina (1847-1871), Pedro Augusto (1866-1934), que sonhava ocupar o trono do país diante da esterilidade de sua tia.
Isabel não escondia a vergonha que sentia, de quem era próximo, de obrigar Gastão a realizar diversas simpatias. Para agradar a esposa, o conde cometia loucuras que iam desde garrafas de catuaba até invasão de cemitérios para urinar pela argola de um sino.
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Mesmo a própria Isabel se sujeitando a certas loucuras, Gastão se horrorizava por ter que passar sebo de bode nas partes íntimas, associado à virilidade. A princesa tomava chás que, de acordo com as crendices populares, ajudavam as mulheres a engravidar, como erva de carrapato, figueira-do-inferno ou a sugestiva pombinha.
A novela das seis pode até deixar de lado alguns detalhes muito sórdidos, focando em uma viagem de Isabel e Gastão a Nova Friburgo, no interior do Rio de Janeiro. A herdeira do trono já havia sofrido dois abortos e dado à luz a uma natimorta quando conheceu a Casa das Duchas do médico italiano Carlos Eboli (1832-1885).
O médico foi quem introduziu no Brasil as primeiras práticas de hidroterapia, e as águas “santas” da cidade foram apontadas como responsáveis pela primeira gravidez bem-sucedida da princesa Isabel, que então, se tornou mãe de Pedro (1975-1940), Luís (1878-1920) e Antônio (1881-1918).
