Conhecido por participar do Casseta & Planeta (1992-2010), o humorista Helio de La Peña abriu o jogo sobre os testes do sofá que aconteciam na Globo. Ele contou que as mulheres que participavam do teste buscando um emprego na emissora, eram assediadas por produtores e diretores. 

Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, Helio falou mais sobre os testes do sofá. “Tinha uma coisa assim que era o tal do teste do sofá. Pra menina fazer uma figuração, os diretores e os produtores assediavam. Eu não via, mas ouvia falar. Era corriqueiro. Porra, tinha produtor que tinha contato com cafetina e botava as meninas como figuração”. 

“Tinha uma coisa de uma libertinagem, de um abuso, um assédio e quem não cedesse, de fato, não ia pra frente e não subia [na carreira]. Enfim, era uma coisa realmente institucionalizada”, confessou o humorista.

Helio também revelou que, durante os anos 1980 e 1990, o uso de drogas era comum nos bastidores da emissora. Em uma live com Oscar Magrini, Maria Zilda Bethlem e Helio, eles afirmaram que havia o “quartinho do pó [cocaína] e o do cu”. 

“Você trabalhou na TV Globo muitos anos e eu também. Eu entrei na Globo em 1975. Você não vai dizer para mim que eu não sei como aquilo funciona. Até porque eu fui casada com diretor. Então, eu sei muito bem como aquilo funcionava.  Não é o teste do sofá. É o teste do cu”, disparou a atriz, que já foi casada com Roberto Talma (1974-2015). 

Durante sua entrevista no podcast, o ex-Casseta contou que as pessoas estranharam a mudança que ocorreu nos anos 2000. 

“Depois que mudou a direção da emissora [Globo], eles foram atrás e demitiram os produtores que faziam esse tipo jogada, tentando criar um ambiente mais profissional, mais correto e mais decente pra televisão. Algumas pessoas até estranharam um pouco e falaram: ‘Ué, mas isso não é mais televisão’”, disse. 

Além disso, Helio de La Peña revelou que o humorista Marcius Melhem tentou reproduzir as antigas atitudes. No entanto, não deu certo. O humorista foi demitido da Globo após sofrer acusações de assédio. 

“Eu não tinha contato com a produção do Marcius [Melhem], não tinha noção nem ideia do que estava acontecendo. Eu vim a saber quando veio à tona com a revista Piauí. Depois, conversando com alguns amigos lá de dentro, me falaram que era isso mesmo, que a coisa era estranha”, disse o humorista.