O jornalista William Bonner colocou o presidente Jair Bolsonaro contra a parede a respeito de um possível golpe de estado caso perca as eleições gerais deste ano, que acontecem em outubro. O âncora também retrucou as acusações do político de que estaria propagando “fake news” ao afirmar que ele teria ofendido ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), além de fazê-lo admitir publicamente que respeitará a decisão computada nas urnas.
Os conflitos entre o chefe do Executivo e o Judiciário foram tratados já no começo da sabatina nesta segunda-feira (22). “O senhor tem xingado ministros do Supremo Tribunal Federa, feito ataques sem prova nenhuma, ao sistema eleitoral brasileiro e chegou, inclusive, a ameaçar não ter eleição no Brasil, como se coubesse ao senhor decidir uma coisa dessas”, começou Bonner.
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“O senhor pretendeu, por acaso, criar um ambiente que permitisse um âncora?”, perguntou o apresentador do Jornal Nacional, que foi acusado de mentir por Bolsonaro. De acordo com o presidente, ele nunca se referiu de modo pejorativo aos ministros do STF, por mais que tenha sido lembrado logo em seguida que havia se referido a Alexandre de Moraes como “canalha”.
“Você não está falando a verdade quando fala ‘xingar ministros’. Isso não existe. É uma fake news da sua parte. Outra coisa, o que eu quero é transparência nas eleições. Vocês, com toda certeza, não leram o inquérito de 2018 da Polícia Federal que, inclusive, está inconcluso”, disparou o ex-deputado.
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Além disso, ele também disse que o principal objetivo seria apenas garantir mais segurança ao processo eleitoral. “‘Se você pode botar uma tranca a mais na sua casa, para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não?’. Esse é objetivo disso que eu tenho falado sobre o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, prosseguiu.
Vale ressaltar que o presidente Bolsonaro ainda afirmou, porém sem mostrar nenhuma prova concreta, que o PSDB (Partido Social-Democrata Brasileiro) teria questionado a lisura das eleições e contratado uma auditoria.
Em outro trecho do debate, William Bonner frisou que foi “curioso” o fato de Bolsonaro ter se referido à situação, já que ele foi acusado de ter divulgado informações sigilosas a respeito de investigações inconclusivas:
“Mas, sobre a transparência que o senhor afirma defender das urnas, órgãos fiscalizadores, como TCU (Tribuanl de Contas da União], AGU (Advocacia Geral da União], associações de juízes, de juristas e delegados da Polícia Federal, todos, já atestaram a segurança das urnas eletrônicas. Eu vou além: a transparência e a segurança das urnas eletrônicas têm sido motivo de orgulho da maioria da população brasileira”.
O jornalista também retrucou a acusação de que teria propagado informações não verdadeiras. “Agora, o senhor começou a sua resposta afirmando que eu tinha cometido fake news, mas, em nome da verdade, o senhor xingou o ministro do Supremo de “canalha””, recordou.
“O senhor disse que eu cometi fake news, só para esclarecer: a pergunta que eu fiz foi: ‘Qual era o seu propósito de xingar um ministro de canalha e ameaçar que as eleições não fossem realizadas se isso não te compete fazer?”, concluiu William Bonner durante o Jornal Nacional.