William Bonner abriu o jogo após os recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa, sobretudo a profissionais mulheres. O companheiro de Renata Vasconcellos na bancada do Jornal Nacional falou em entrevista do Altas Horas de sábado (26).
O jornalista afirmou que questionar o governo é um direito de todos os cidadãos, e que os jornalistas estão fazendo isso pela população. “Se a autoridade pública manda calar a boca, se ela se recusa a responder, ou responde com impropérios e insultos, quem não está cumprindo seu papel é a autoridade pública”, detonou.
+ Roberta Miranda sofre crise de choro no Altas Horas e revela momento delicado: “Muito angustiante”
Em seguida, o âncora do JN foi questionado por Serginho Groisman sobre os editoriais feitos no telejornal, que cada vez tem sido mais frequentes com a agravamento da pandemia.
“Durante a pandemia, foram feitos alguns editoriais quando números muito impressionantes eram atingidos. Isso aconteceu, por exemplo, quando o número de 100 mil mortes foi atingido. Agora com 500 mil mortes, nós achamos que era o momento não apenas de fazer um editorial para marcar posição sobre a gravidade dessa tragédia nacional, mas para marcar uma posição nossa, do Jornalismo da Globo, em defesa de coisas que constam na nossa essência e nos nossos princípios editoriais”, justificou Bonner.
“Então, o editorial teve o objetivo de informar o povo brasileiro, contar pro povo brasileiro que a despeito de tudo o que está acontecendo, nós não vamos arredar pé da defesa do direito à saúde, que é um direito do cidadão brasileiro, e o direito de vivermos numa democracia. Tudo aquilo que põe em risco uma coisa ou outra, demanda da gente uma postura muito firme”, explicou o jornalista.
William Bonner pede serenidade aos jornalistas mesmo após ataques
Embora os ataques sejam cada vez mais frequentes de Bolsonaro, William Bonner declarou que os jornalistas não devem se alterar ao serem confrontados pelo político. “Mas como nós dissemos essa semana, no próprio Jornal Nacional, a respeito desse destempero da autoridade pública, cabe a todos nós seguir fazendo o nosso trabalho com a serenidade. Serenidade nós temos, e estamos com o público ao nosso lado nesse trabalho que é tão importante e fundamental à democracia”, concluiu.
