Chico Pinheiro e Carlos Tramontina foram demitidos da Globo.
Só nesta semana, dois grandes nomes do jornalismo da Globo foram desligados da emissora: Chico Pinheiro e Carlos Tramontina. Porém, oposto do que a Vênus Platinada deu a entender em notas internas, os profissionais não saíram porque queriam e sim foram dispensados.
Celetistas que eram, foram demitidos porque ganhavam salários altíssimos e estavam desgastados. Foram informados com aviso prévio em janeiro que seriam afastados após o Carnaval. O único “comum acordo” que fizeram foi um “voto de silêncio”, onde não deram a entender nada sobre o assunto. A Globo nega.
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As demissões de Chico Pinheiro e Tramontina já eram aguardadas e só não ocorreram antes por causa da pandemia da Covid-19, que os afastou do trabalho presencial durante quase um ano e meio.
Carlos Tramontina, de 65 anos, apresentou o último “SP2”, na terça-feira (26), após 43 anos como contratado da Globo. Chico Pinheiro, aos 68 anos, foi visto pela última vez no “Bom Dia Brasil”, na sexta-feira (29). Tinha 32 anos na emissora carioca.
Uma fonte do Notícias da TV, definiu que a relação de ambos estavam desgastadas com a Globo como uma espécie de “casamento fracassado”. Não tinha mais salvação, o divórcio era uma questão de tempo. Carlos Tramontina estava no comando do “SPTV/SP2”, desde 1998, e a emissora queria renovar a apresentação do telejornal local, em seu lugar, acabou promovendo outro veterano, José Roberto Burnier.
CRISE COM CHICO PINHEIRO
Já o ex-titular do “Bom dia Brasil”, foi protagonista de uma crise interna da Globo em abril de 2019. O mesmo Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo que elencou todas as suas qualidades em e-mail de despedida na última sexta-feira (29), na época soltou um comunicado em que alertava os subordinados sobre o uso de redes sociais e os punia que não deveriam expressar publicamente preferências políticas e partidárias, porque isso causa “dano” à Globo.
O e-mail foi disparado poucos minutos depois de vazar na web um conjunto de áudios de WhatsApp em que Chico Pinheiro fazia uma apaixonada defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso dias antes por corrupção passiva.
“Não se pode expressar essas preferências [políticas e partidárias] publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos. Uma vez que se tornem públicas pela ação de um desses amigos, é impossível que os espectadores acreditem que tais preferências não contaminam o próprio trabalho jornalístico, que deve ser correto e isento”, escreveu Ali Kamel na época, sem citar o jornalista diretamente.
A relação de Chico Pinheiro com a emissora carioca já não era boa, tanto que no início de 2019 ele foi afastado do rodízio de apresentadores da bancada do “Jornal Nacional”, aos sábados. Começou a cair em desgraça com a cúpula da Globo ao encerrar o noticiário, em dezembro de 2017, com um sonoro “saravá”, saudação associada ao candomblé e à umbanda.
COMUNICADO DA GLOBO
Apesar de todo esses bastidores, a demissão dos dois profissionais ocorreu de forma amigável, em conversas gentis. De acordo com o Notícias da TV, os dois jornalistas até agradeceram por não terem sido demitidos durante a pandemia e por terem sido avisados três meses antes do desligamento. Em troca dessa “demissão com gentileza”, eles concordaram em não falar nada para colegas ou imprensa até o comunicado oficial.
A Globo negou que Chico Pinheiro e Carlos Tramontina tenham sido dispensados ou que estivessem queimados dentro da emissora.
“Nada procede na consulta. As saídas, tanto de Chico Pinheiro como de Carlos Tramontina, foram de comum acordo. São dois profissionais que têm o mais absoluto respeito e reconhecimento dos colegas de Redação e de toda a Globo pelas décadas dedicadas ao jornalismo em carreiras marcadas pela excelência e competência”, informou em nota à Globo.
