A atriz Maria Vieira, que tem 65 anos, usou suas redes sociais para denunciar a Globo e o processo de escalação da novela Travessia, escrita por Gloria Perez e dirigida por Mauro Mendonça Filho. De acordo com a artista, ela teria sido convidada no início do mês de maio e foi deixada de lado na trama por “perseguição, discriminação e cancelamento”.
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“Venho aqui denunciar publicamente um novo caso em que eu, na minha condição de atriz, terei sido mais uma vez alvo de perseguição, de discriminação e de cancelamento por parte do sistema que regula e domina as contratações levadas a cabo na televisão e no mundo artístico. No início do mês de maio, fui contactada por uma produtora da TV Globo para integrar o elenco de mais uma novela da emissora brasileira, no caso a próxima novela das 9, intitulada Travessia”, começou ela.
Maria Vieira relatou que se sentiu feliz com o convite pelo respeito que tem pelo diretor Mauro Mendonça Filho, diretor da primeira novela em que ela atuou no Brasil. “Ficou acordado com a produtora brasileira que eu iria dar início ao processo para a obtenção do meu visto de trabalho no consulado brasileiro em Lisboa (como sempre faço quando vou trabalhar no Brasil) e passados dois ou três dias fui contactada pela Leonor Coelho que é diretora da produtora portuguesa, Blanche Filmes, que vai colaborar com a Globo durante as gravações que irão decorrer no nosso país e que também me confirmou o interesse da emissora na minha contratação”, relatou a atriz.
De acordo com o que foi dito pela artista, ela voltou a ligar para a funcionária da emissora carioca líder de audiência, mas notou que não obteve muitas respostas. “Resolvi entrar em contato com o Mauro Mendonça Filho para saber em que ponto estavam as coisas, e qual não é o meu espanto quando o Mauro me informa que, de fato, eu fui a primeira escolha para o personagem, mas que entretanto teria sido feita outra opção que também depende da decisão da empresa e que lamentava ter que ser ele a me dar essa notícia e que me admirava muito, enfim, todas essas coisas que se dizem quando a pessoa verifica que foi ultrapassada pelas decisões que vêm de cima”, colocou ela.
Maria Vieira declarou que “alguém” teria a impedido de assumir o papel na novela. “É legítimo que o fato de eu ser uma atriz conservadora de direita e de ser apoiante do presidente Jair Bolsonaro e Deputada Municipal do CHEGA [partido político de direita em Portugal] terá sido o único motivo pelo qual eu fui afastada do elenco daquela que seria a minha quarta novela na TV Globo! Resolvi denunciar esta situação porque a perseguição e o cancelamento profissional que me são movidos”, afirmou ela.
“Termino informando que guardei os registos de todos os contatos que foram feitos com a produtora brasileira, com a produtora portuguesa e com o diretor Mauro Mendonça Filho para que ninguém possa dizer mais tarde que eu inventei este lamentável episódio e aproveito para dizer que, apesar de me sentir injustiçada neste processo, não estou deprimida com o que aconteceu porque graças a Deus vivo como quero, só faço aquilo que me dá prazer e não devo nada a ninguém”, concluiu Maria Vieira.
