A primeira participante trans do Big Brother Brasil, Ariadna Arantes, fez um desabafo sobre as críticas que recebe diariamente nas redes sociais por sua militância. Ela participou da décima primeira edição do reality da Globo, em 2011, e se queixou por grande parte do público associá-la a confusões e polêmicas: “Na verdade, meu grito é de dor, de um corpo trans machucado e sangrando”.

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Ariadna Arantes foi a primeira eliminada de sua edição e soltou a voz em uma entrevista à Rainha Mattos no último domingo (30): “Infelizmente, pouca coisa mudou. As pessoas romantizam os problemas sociais que homens e mulheres trans vivem. Por exemplo, estou há 11 anos nessa luta pela visibilidade e as pessoas me associam como barraqueira. Elas não veem o lado bom da militância, me julgam. Meu grito é legítimo”.

Sobre Linn da Quebrada no BBB 22, Ariadna Arantes avalia a participação da atriz como positiva no jogo: “A importância é enorme. Todo o brasileiro poderá, indiretamente, conviver com uma travesti dentro de sua casa. E assim ver o quanto ela pode ser doce, amiga, inteligente, sensata, generosa. Um ser humano”.

Ariadna Arantes se preocupa, ainda, com os ataques à cantora Linn da Quebrada, tanto dentro quanto fora da casa: “As pessoas não se permitem aprender porque, para elas, é mais fácil fazer como todo mundo. Ela foi apresentada como Lina, no feminino, e ainda assim a chamam de amigo. Absurdo total”.

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Segundo Ariadna Arantes, as pessoas trans são associadas a agressividade e prostituição. Portanto, ela não tem nenhum arrependimento de não ter falado sobre o assunto quando participou do reality show, em 2011: “Não tinha nada pensado. Eu simplesmente não falei da minha intimidade. Minha transição é algo íntimo que eu conto quando me sinto confortável, mas também tive medo da rejeição e do preconceito que teria ao abrir essa parte da minha história”.