No dia anterior do aniversário de 113 anos da imigração japonesa no Brasil, Ana Maria Braga sugeriu que um dos funcionários do programa se vestisse de yellowface durante o programa Mais Você, a fim de homenagear a repórter Juliane Massaoka, descendente de japoneses. No programa que foi ao ar nesta quinta-feira (17), um homem branco da equipe apareceu fantasiado de samurai e gesticulou de forma estereotipada ao vivo.
“Inclusive, antes de você começar aí, eu quero te fazer uma homenagem. Cadê meu samurai predileto?”, chamou a apresentadora. “Eu quero te fazer uma homenagem e é pra você. Eu tenho um samurai aqui, vestido adequadamente pra combinar com você. E fala como [japonês] é uma coisa fantástica. Fala como samurai, não é?”, perguntou a líder do Mais Você.
Apresentado apenas como William, um homem branco trajado de kimono, assim como a repórter, e com o rosto maquiado, imitando um samurai verdadeiro apareceu na frente das câmeras.
“Bom dia, Ana ‘Malia Blaga’, tudo bom?”, iniciou ele, trocando as letras R pelo L. Então a loira repetiu “bom dia, Ana Malia” e riu da situação.
“Bom dia, Zu, tudo bom? Saudade. Saudade de você, Zu, tá na minha tela. Liberdade?”, perguntou William, trocando o ‘J’ pelo ‘Z’. “Maravilhoso. O bom é que o William é pau pra toda obra, ele funciona de japonês, de italiano. Qualquer imigração que ele for falar ele tá por dentro, tá a caráter”, disse a jornalista.
O termo yellowface (do inglês, que significa ‘cara amarela’ em português), é uma espécie de maquiagem teatral utilizada por artistas brancos a fim de representar uma figura com etnia Leste Asiática ou Neo Oriental semelhante à prática de blackface com afro-descendentes. Assim como o blackface, é considerada uma prática racista.
Nas redes sociais, os telespectadores e internautas não aprovaram a “homenagem”. “Que vergonha alheia. Ana Maria Braga querendo homenagear a comunidade brasileira no Brasil e coloca um cara aleatório caracterizado de kimono e falando de forma pejorativa imitando japoneses”, comentou uma.
“Ana Maria Braga vai fazer um programa falando sobre a cultura japonesa no Brasil e me leva um homem, não amarelo, vestido de samurai e falando de maneira totalmente estereotipada… Quando esse povo vai aprender?”, questionou outra.
